quinta-feira, 25 de outubro de 2012

MUSEU DE ÉVORA

2 comentários:

  1. Quinta-feira, dia 25, será exibido o Filme da semana. "O Baile" de Ettore Scola tem apenas um único cenário: um grande salão de dança. Nesse imenso baile, se passa a história da França, da década de 30 ao fim dos 70, por meio de gestos, músicas e roupas, da Segunda Guerra, a explosão do rock, os movimentos dos anos 60, a discoteca... e a atemporal busca por um par.

    Sexta-feira, dia 26, haverá Festa temática sempre com muita música, petiscos, sangria clericot argentina, chá mate, vídeos, demonstrações de dança e claro, muita animação, em homenagem aos 17 "Artistas do Rio da Prata" cuja Exposição Colectiva continua.

    No sábado, dia 27, começa o dia com um Seminário/Workshop sobre Órgão. O ponto de encontro faz-se às 14h30 na Casa da Zorra, seguido de uma visita pelos órgãos de Évora que culminará com um concerto do organista italiano Gianvito Tannoia. (Para mais informações e/ou inscrições contacte-nos pelo email ou através do: 964 144 716).

    Às 22h00 é Hora de concerto! E que concerto... Pedro Pinto, cantor, compositor e multi-instrumentista autodidacta. Iniciou-se na música através da viola acústica e da escrita de canções em 1992. Passou por vários projectos de originais, bandas de tributo e trabalhou várias áreas da música até em 2012 decidir lançar-se a solo. De momento está a deixar amadurecer alguns dos seus mais recentes trabalhos, que irão figurar num EP a gravar brevemente.

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  2. 1º de Novembro de 1755 – Pelas 9,30 horas da manhã registou-se em Lisboa um forte abalo de terra, a que passaram a chamar terramoto, tal a intensidade do sismo. Foi a maior catástrofe natural do planeta no século XVIII. Outras “catástrofes” não naturais, marcaram o mesmo século (por exemplo, a Revolução Francesa, em 1789).

    O terramoto foi acompanhado por um gigantesco maremoto e seguido de grande incêndio da parte mais importante e central da capital. Calcula-se que ficaram completamente destruídos cerca de 10.000 edifícios, e que terão morrido cerca de 15.000 pessoas.

    Do seio desta tragédia nacional emergiu Sebastião José de Carvalho e Melo (depois elevado a Conde de Oeiras e Marquês de Pombal!), então apenas Secretário de Estado do apagado rei D. José. O Marquês de Pombal revelou forte energia política para erguer a capital dos escombros, o País da sua vida económica miserável, dependente do estrangeiro, bem como reprimiu o luxo exagerado e abuso do Poder da grande nobreza, parasitária e ociosa, além de ter acabado com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos.

    Qualquer enciclopédia apresentará pequena cronologia de realizações do Marquês de Pombal, pelo que me escuso a repetições. Muitas vezes é esquecido que o reverso da moeda do êxito do Marquês de Pombal não é menos importante. Através da prisão e execução de parte da grande nobreza e da expulsão do Reino da Companhia de Jesus, em Setembro de 1759, cujos bens foram sequestrados, o Reino sofreu forte abalo na sua estrutura intelectual e científica (como o provou Rómulo de Carvalho, na sua História do Ensino). A evangelização ultramarina sofreu um revés enorme e o sector educativo do País um atraso escusado, ao serem encerrados, uma Universidade (Évora, 5 de Outubro de 1759), dois institutos universitários (Coimbra e Lisboa) e 19 colégios. Entretanto, se procurou reforçar o funcionalismo judicial, as suas medidas para a criação de companhias monopolistas (com excepção dos vinhos), gerou a reacção dos pequenos mercadores, o que causou problemas financeiros, fiscais e administrativos. Após a morte de D. José, o Marquês pediu a exoneração (1777), que a Rainha D. Maria I lhe concedeu. No cômputo geral, da sua actividade governativa são difíceis de destacar resultados positivos a longo termo, tendo em vista o esforço despendido. Todavia, nesta como noutras questões da História de Portugal, o período carece de estudos aturados e sérios, que envolvam a colaboração entre a história económica e a história cultural e de mentalidades, bem como outro tanto para a expansão ultramarina e negócios estrangeiro, no mesmo período histórico.

    Um facto está garantido nos anais da História lusitana: - O dia 1 de Novembro é uma data paradigmática para Portugal!

    Évora, que foi poupada aos horrores do terramoto de 1755, conserva desta época ao n.º 30-32 da antiga Rua da Selaria (actual 5 de Outubro) um nicho piedoso com a «Santíssima Trindade», emoldurado em madeira e com retábulo de azulejos de fabricação nacional oriunda de Lisboa. O nicho, datado do grande terramoto, tornou-se popularmente conhecido por «Senhor Jesus dos Terramotos». Por registo da tradição, acredita-se que a sua construção foi levada a cabo em agradecimento piedoso da população, por a cidade não ter praticamente sofrido nada com o tremor de terra.

    Para quem não saiba ou se não lembre, na habitação sob este nicho, paradoxalmente, esteve instalado (redacção e tipografia) o jornal diário (republicano e anti-clerical) da Oposição Democrática ao regime da ditadura, intitulado Democracia do Sul, (1) exactamente onde hoje se encontra uma ourivesaria.

    A data do 1º de Novembro é, portanto, duas vezes importante para Portugal, como Dia de Todos Os Santos, religiosamente, e como memória histórica de um dos períodos mais trágicos do País, que os portugueses conseguiram ultrapassar de forma positiva.

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