Arranca amanhã a época 2012/2013 para o Sport Lisboa e Benfica. Esta época já lá vai e acabou da mesma forma que costumam acabar as épocas desde 1995. Perdemos. Com estrondo. Humilhados pela nossa própria soberba e pela soberba actuação de forças externas. Fomos ridículos, patéticos. Fomos o que temos sido desde há quase 20 anos, uns fracos, uns convencidos, uns novos-ricos com sotaque saloio e provinciano que não sabem distinguir onde acaba a nossa força e onde começa a nossa euforia. Esta época foi mais do mesmo: presidência exercida desde Angola e do Brasil, com discursos bacocos, auto-promoção e incompetência a rodos, treinador analfabeto, sem capacidade para descer à terra, compreender e corrigir os inúmeros erros que cometeu, jogadores incapazes para reverter o rumo que os jogos tomavam, prémios avultados para gestores incompetentes, distribuição de tachos pelos amigos, largos milhões de euros gastos e... uma Taça da Liga. Se tanto. Com inúmeras humilhações à mistura.
Num filme escrito por Vieira, dirigido por Jesus e interpretado por uns falhados, o Benfica desperdiçou cinco pontos de vantagem sobre um Porto treinado pelo maior incompetente que por lá passou desde que me lembro de existir, perdendo ainda 13 dos últimos 24 pontos em disputa. Dirigidos e treinados por calhaus, autênticos cancros sedentos de status, poder, dinheiro e reconhecimento, o Benfica é um barco que navega à bolina, comandado por amadores e para burros que enaltecem o trabalho desta gente incompetente. Tenho imensa pena que tenhamos chegado a este ponto.
Vamos falar do que falhou. Comecemos pelo topo da pirâmide, comecemos pelo presidente. Luís Filipe Vieira prometeu o célebre mandato desportivo aquando da sua reeleição enquanto presidente do Benfica em 2009. Três anos depois, para continuar a cair nas boas graças dos benfiquistas e para mostrar obra, entretém-se a vender pedras da calçada em frente à porta 18, a chamada Praça dos Heróis, e a criar abortos artísticos para elogiar Coluna e companhia. Títulos? Mas que adeptos exigentes estes... que chatice! Querem títulos? Num mandato desportivo? Têm direito a umas boas participações na Europa e a duas Taças da Liga (e meia...). Mais um campeonato arrancado a ferros com o melhor onze que me lembro de ver jogar pelo Benfica. Quatro títulos, três dos quais são troféus menores, e boas performances europeias. E humilhações? É preciso ter estômago para nos lembrarmos de todas, mas deixemos isso para outro obreiro da desgraça. Vieira falhou naquilo que prometeu, mas vai ter a lata de se recandidatar. Porquê? Porque não tem escrúpulos, porque sabe que vai ganhar e porque sabe que construiu uma máquina de informação e contra-informação tão poderosa como a das mais rígidas ditaduras, capaz de cegar gente inteligente e de levar atrás de si milhares de carneiros. Não se vislumbra qualquer alternativa pura e simplesmente porque este senhor matou as hipóteses da concorrência ao, cobardemente, transfigurar os estatutos semi-democráticos do Sport Lisboa e Benfica em estatutos da vontade do Sport Lisboa e Vieira. Quem não sabe do que falo, informe-se. O Benfica é dele até ele querer, e de si passará para um discípulo à sua escolha. Espanta-me como é que há gente bem formada, educada e com uma vida profissional imaculada, recheada de sucesso e competência, que se põe do lado deste escroque chamado Luís Filipe Vieira. Um homem que dá o seu apoio a gente corrupta como Fernando Gomes, que elogia canalhas asquerosos como Valentim Loureiro e que ainda se sai a rir de tudo isto. Dez anos depois, em termos desportivos, o Benfica progrediu muito pouco. Continuamos a ganhar campeonatos ocasionalmente, batemos o record negativo de mais anos consecutivos sem conquistar a Taça de Portugal e, se não fosse a simpática Taça da Liga, o mostruário de títulos deste senhor seria ainda mais pobre. Pensem nas voltas que a vossa vida deu nos últimos dez anos. Pensem no que o Benfica ganhou nos últimos dez anos. Em dez anos, Vieira deu pouquíssimos títulos ao Benfica. Em dez anos, o Benfica deu projecção e fama a Luís Filipe Vieira, o que lhe permitiu ascender ao top-70 dos portugueses mais ricos. Pensem se é isto que querem para o Benfica. Eu, pessoalmente, tenho nojo, sim, nojo de ter um escroto destes a dirigir o Benfica.
Continuando a falar desta desgraça, chegamos ao bobo. Jesus. Há tanta coisa por onde pegar para falar sobre este safado que nem sei por onde começar. Talvez pelo princípio, apesar de ninguém saber nem como nem quando isto começa. Jorge Jesus tem uma personalidade insuportável. Pode ter aquela piada de ser um treinador rígido e autoritário, mas as pessoas insistem em confundir despotismo com liderança. Jesus é um idiota. Pode parecer uma frase simplória e banal, mas é igualmente um facto incontornável. Pior que ter um génio cheio de si, é ter um idiota que se acha o maior da terra dele. E Jesus acha-se superior ao ponto de chegar, ver, decidir e não se justificar, tratando abaixo de cão gente que está ao seu nível hierárquico, abaixo mas também acima. E é isto. Um louco. Quando somos bons na nossa actividade, as pessoas elogiam-nos, não precisamos do auto-elogio, situação a que Jesus recorre vezes sem conta. E claro que os acidentes acontecem. Não se acha no dever de explicar a Capdevila por que motivo não joga, relegando-o uma vez mais para o banco apesar de ter um nabo a defesa-esquerdo, Emerson. Desrespeita, desvaloriza e descredibiliza jogadores como Rúben Amorim, que depois, obviamente, perdem a paciência e batem com a porta. Não promove a rotatividade do plantel levando à exaustão de certos jogadores em Fevereiro (Javi, Witsel, Maxi), provocando lesões a outros (os centrais) e não dando hipóteses a gente que sempre mostrou valor quando foi chamada (Amorim, Miguel Vítor, Capdevila). Insiste em vacas sagradas que não estão bem, temendo apostar na formação e em jovens de qualidade óbvia (custou a apostar em Rodrigo e Nélson mesmo com um Saviola decrépito). E, a sua obra-prima, perde um campeonato para um Porto orientado por Vítor Pereira, tendo cinco pontos à maior. Acha boa ideia regressar à táctica suicida em Guimarães, estoira a equipa em Coimbra, lê mal o jogo com o Porto em casa, dá 70 minutos de avanço em Olhão e mostra-se um primata da táctica contra o Sporting. Desresponsabiliza-se, pelo meio acusa Nélson Oliveira pelos pontos perdidos em Coimbra e desculpabiliza as arbitragens, saindo das conferências de imprensa a sorrir. O Benfica paga 200 mil euros mensais a uma coisa destas?! Como?! Um gajo que nem tem um plano B e às vezes parece nem ter plano A! Bolas paradas marcadas sempre da mesma maneira, ou vão para longe do coração da área ou para a jogada curta [mal] ensaiada. E as humilhações fazem-se sentir. Nos últimos dois anos, Jesus conseguiu que o Benfica não ganhasse o campeonato no Dragão com um resultado favorável e um jogador a mais quando faltavam menos de 30 minutos para o fim, brindou-nos com uma derrota na Supertaça, apostou num guarda-redes incompetentíssimo, teve uma prestação humilhante na Champions, um campeonato e um acesso à final da Taça perdidos e cedidos ao rival, uma meia-final da Liga Europa para o Braga, uns 5-0 com o Porto, nova derrota com o Porto na Luz e perder cinco pontos de vantagem para acabar o campeonato atrás deste Porto e, quem sabe, do Braga. Triste, humilhante, nojento.
Quanto aos jogadores, revelaram-se uns falhados. Porque falharam. Infelizmente, ou talvez não, acredito que um grande líder na presidência e um verdadeiro mestre no banco de suplentes, blindados por um director desportivo presente nos bons e maus momentos são suficientes para, face ao que temos em mãos, ganhar aquilo que ambicionamos. O Benfica partiu para esta época com um dos melhores plantéis de que me lembro, mas há ajustes a fazer. A começar na posição de defesa esquerdo e acabando nas alternativas a meio-campo (que temos e tivemos, mas desbaratámos a meio da época, emprestando Amorim, David Simão e Pérez). Só. Fiquei feliz por saber que os jogadores estavam desolados e frustrados pela derrota e pelo fim da época. No entanto, há coisas que não se podem passar. E um dos episódios mais tristes que presenciei foi o dos abraços e cumprimentos a Bruno Alves no final do Benfica x Zenit. Cumprimentar um animal daqueles deveria ser proibido pelos estatutos do Benfica. Mais grave fica quando quem o cumprimenta são os chamados líderes de balneário, o senhor Luisão e o senhor Javi Garcia (e penso que o Cardozo também). Como? Porquê? Queremos ser amigos de quem nos quer mal?
Artur Soares Dias escreveu o epílogo deste mau livro que foi a época 2011/2012. Foi um dos culpados pela derrota. Tão culpado como quem rebentou física e psicologicamente a equipa. Tão culpado como quem apoiou Vítor Pereira, Fernando Gomes, Valentim Loureiro e demais corruptos. A arbitragem é um problema, mas é apenas parte do problema. O Benfica continua adiado. Precisamos de ser mais competentes dentro de campo e eliminar o sistema. A primeira premissa alcança-se mudando o treinador. A segunda, mudando quem dirige e comanda o futebol português. Para que a segunda se concretize, não podemos ter na direcção gente que apoia os dirigentes vigentes nos cargos de poder da Liga e Federação. Caro benfiquista, há quase 20 anos que aturamos isto. Vai demorar muito a deixar de ser um carneiro e promover a revolução de que o clube precisa?
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