quinta-feira, 5 de maio de 2016

Sé de Évora, Catedral de Évora

Se Evora
Fachada principal da Sé de Évora
A Sé! Vê-se ao longe a sua silhueta recortada na paisagem urbana. Mais conhecida por Catedral de Évora ou Sé de Évora, o seu verdadeiro nome é Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção. É a maior catedral medieval de Portugal e não tem paralelo no resto do país.
A Sé de Évora “protege” a cidade desde a parte mais alta, o lugar escolhido para outros edifícios icónicos de Évora como o Templo Romano de Évora (Templo de Diana), o Museu de Évoraou o Fórum Eugénio de Almeida.
Mas vamos à catedral. Para lá chegar, só tem que subir a Rua 5 de outubro, uma das melhores para comprar artesanato alentejano. A Catedral de Évora, cuja construção foi iniciada em 1186 e consagrada em 1204, foi concluída apenas em 1250. É um monumento fascinante e imponente. Toda em granito, é marcada pela transição do estilo romântico para o estilo gótico.
Foi melhorada durante os séculos XV e XVI, sendo dessa época o coro-alto, o púlpito, o batistério e o arco da Capela de Nossa Senhora da Piedade ou capela do Esporão (1529). Esta capela da Sé de Évora é um testemunho invulgar de arquitetura híbrida plateresca.
No século XVIII, a Catedral tornou-se mais rica com a construção da capela-mor, apadrinhada por D. João V. Aqui, os mármores provenientes de Estremoz assumem particular importância na surpreendente conjugação com a rigidez das linhas romano-góticas.
Se Catedral Evora
Pormenor da porta da Sé de Évora
Podem também contemplar-se naquela capela um lindíssimo Crucifixo, chamado Pai dos Cristos, que se encontra por cima da pintura de Nossa Senhora da Assunção; estátuas alegóricas dos bustos de São Pedro e São Paulo; e um espetacular órgão de tubos do período renascentista.
Podem ver-se duas torres do período medieval de cada um dos lados da fachada da Sé de Évora. A torre do lado sul é a torre sineira, aquela cujos sinos mandam no tempo da cidade. De cada um dos lados do seu portal existem espetaculares esculturas de Apóstolos, do século XIV, da autoria de Mestre Pêro.
No exterior da Catedral de Évora, no entanto, o zimbório é o elemento arquitetónico mais espetacular. A torre-lanterna do cruzeiro das naves, do reinado de D. Dinis, coroado por uma agulha de escamas de pedra é de facto o ex-libris deste monumento.
Para além da entrada do pórtico principal, há ainda a Porta do Sol, com arcos góticos, e a Porta Norte, reconstruída no período barroco.
A imponência da Sé de Évora pode ver-se também nas três grandes naves no seu interior. Na mais alta das três, a nave central, encontra-se o altar de Nossa Senhora do Anjo (ou Nossa Senhora do Ó). Todo ele em talha barroca, com imagens góticas da Virgem Maria em mármore e do Anjo Gabriel. Também na nave central, podem admirar-se o púlpito e um lindíssimo órgão de tubos do período renascentista.
As antiquíssimas Capelas de São Lourenço e do Santo Cristo e as Capelas das Relíquias e do Santíssimo Sacramento, decoradas com adornos de talha dourada, abrem-se no transepto. Aqui, no topo norte, encontra-se o espetacular portal renascentista da Capela dos Morgados do Esporão.
Se Catedral Evora
Torre com o relógio da Sé de Évora
Junto à entrada, na nave esquerda, abre-se o batistério, fechado por belas grades férreas renascentistas. Nos claustros, do século XIV, podem ver-se estátuas dos Evangelistas em cada canto. O claustro da Catedral de Évora, belo testemunho gótico, é engrandecido pela capela funerária do seu fundador, o Bispo D. Pedro. O seu túmulo gótico ainda aí se encontra. Recentemente, os túmulos dos Arcebispos de Évora falecidos no século XX foram também colocados no claustro.
O coro é do período manuelino. Tem um valioso cadeiral quinhentista de madeira de carvalho, com desenhos flamengos esculpidos, retratando cenas mitológicas, naturalistas e rurais.
A Sé Catedral de Évora inclui ainda um Museu de Arte Sacra com um espólio valiosíssimo nas áreas da paramentaria, pintura, escultura e ourivesaria. De entre as várias peças aqui guardadas destacam-se uma Virgem do Século XIII (Nossa Senhora do Paraíso), a Cruz-Relicário do Santo Lenho (século XIV), o Báculo do Cardeal D. Henrique e a galeria dos Arcebispos. Este Museu encontra-se instalado no antigo Colégio dos Moços do Coro da Sé, edifício adjacente à catedral.
Há monumentos que, por si só, roubam todas as palavras. A Sé de Évora é um desses monumentos. Esta verdadeira raridade descobre-se a pouco e pouco lá no alto da cidade, em toda a sua glória. Não deixe de a visitar e subir ao terraço para ter, de longe, a melhor vista de Évora.

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