
Nos dias 10, 11 e 12 de Maio, a Avis quatrocentista, movimentada, ruidosa,
fervilhando de gentes, de animais e mercadorias, oferece-se perante os olhos de
residentes e visitantes em mais uma, a décima primeira, Feira Medieval que
decorrerá em pleno Centro Histórico.
Aqui, os artesãos irão circular nas ruas entre Muralhas transportando os mais
variados produtos para abastecer todo o espaço do mercado em locais improvisados
de venda. E é também aqui, no Largo do Convento, que o bulício dos feirantes e
almocreves, saltimbancos e histriões, malabaristas, bailarinas, jograis, músicos
e atores, lutadores, nobres e mendigos, taberneiros, faquires, encantadores de
serpentes, hereges e malfeitores, irá recriar o ambiente da Feira de tempos de
outrora reproduzindo ao pormenor mais ínfimo trajes e maneiras de tendeiros e
demais feirantes, num local transformado em cidadela da Idade Média, engalanada
a preceito com escudos heráldicos, toldos e bandeiras.
Entre muita animação de rua, jogos medievais e provas de destreza,
desgarradas e bailias de permeio, folguedos e poesia trovadoresca, danças
populares ao som do pandeiro e do alaúde, cortejo e torneios de armas a cavalo,
oficina de falcoaria para aprendizes, comes e bebes nas tabernas e locandas,
malabares de fogo com “bruxarias e belzebus”, acepipes e outras iguarias de
sabor tradicional, a diversão será assegurada pela organização conjunta do
Município de Avis e da Viv’Arte – Companhia de Teatro, em colaboração com a
Turismo do Alentejo – ERT, Associações, Coletividades e Produtores do Concelho,
que convidam a numerosa assistência, assim esperada, a juntar-se à festa e a
apreciar as atividades de comércio patentes nas diversas tendas e “barracas” de
roupa, comida, objetos de arte e artífices, dispostas na Praça, e a ver in
loco a atribuição da Bula “Religiosam vitam” ao mestre e freires da
milícia de Évora pelo papa Inocêncio III, e da Bula “Quotiens a nobis”
aos freires da Ordem de Calatrava, ou o anúncio das concessão da Bula
“Cum preter pauperem” pelo papa Honório III, aquando da passagem dos
romeiros e peregrinos de Santiago por terras de Avis, a leitura da Carta de
Privilégios concedida por El-Rei aos moradores da comunidade judaica, ou o
anúncio do Esposamento Sefardita e assinatura do contrato entre os familiares da
Rebeca da casa de Isaque de Cohen e Levi da casa de Jacob Zaboga, em Avis, bem
como a participar no Cortejo e anúncio da Bula “Ad audientia” do papa
Clemente VI, dirigida ao Bispo de Badajoz, e em outras cerimónias que ocorrem
setecentos anos passados sobre a Época Medieval e que pretendem familiarizar as
pessoas com a memória de um imaginário coletivo, tentando recriar o
enquadramento natural da época onde o passado se funde com o presente,
naturalmente para projetar o futuro do Município de Avis.
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