quinta-feira, 9 de maio de 2013

De volta aos séculos XIII e XIV: A Feira Medieval de Avis vai começar


. João I, pela graça de Deus Rei de Portugal, manda que se faça dentro dos limites cercados da Vila de Avis, uma vez por ano, uma feira e manda que essa feira dure três dias e dá garantias a todos que vierem a essa feira por motivo vender ou comprar que desde o dia do principiar da dita e até três dias compridos, feirantes e povo não pagam portagem.
Nos dias 10, 11 e 12 de Maio, a Avis quatrocentista, movimentada, ruidosa, fervilhando de gentes, de animais e mercadorias, oferece-se perante os olhos de residentes e visitantes em mais uma, a décima primeira, Feira Medieval que decorrerá em pleno Centro Histórico.
Aqui, os artesãos irão circular nas ruas entre Muralhas transportando os mais variados produtos para abastecer todo o espaço do mercado em locais improvisados de venda. E é também aqui, no Largo do Convento, que o bulício dos feirantes e almocreves, saltimbancos e histriões, malabaristas, bailarinas, jograis, músicos e atores, lutadores, nobres e mendigos, taberneiros, faquires, encantadores de serpentes, hereges e malfeitores, irá recriar o ambiente da Feira de tempos de outrora reproduzindo ao pormenor mais ínfimo trajes e maneiras de tendeiros e demais feirantes, num local transformado em cidadela da Idade Média, engalanada a preceito com escudos heráldicos, toldos e bandeiras.
Entre muita animação de rua, jogos medievais e provas de destreza, desgarradas e bailias de permeio, folguedos e poesia trovadoresca, danças populares ao som do pandeiro e do alaúde, cortejo e torneios de armas a cavalo, oficina de falcoaria para aprendizes, comes e bebes nas tabernas e locandas, malabares de fogo com “bruxarias e belzebus”, acepipes e outras iguarias de sabor tradicional, a diversão será assegurada pela organização conjunta do Município de Avis e da Viv’Arte – Companhia de Teatro, em colaboração com a Turismo do Alentejo – ERT, Associações, Coletividades e Produtores do Concelho, que convidam a numerosa assistência, assim esperada, a juntar-se à festa e a apreciar as atividades de comércio patentes nas diversas tendas e “barracas” de roupa, comida, objetos de arte e artífices, dispostas na Praça, e a ver in loco a atribuição da Bula “Religiosam vitam” ao mestre e freires da milícia de Évora pelo papa Inocêncio III, e da Bula “Quotiens a nobis” aos freires da Ordem de Calatrava, ou o anúncio das concessão da Bula “Cum preter pauperem” pelo papa Honório III, aquando da passagem dos romeiros e peregrinos de Santiago por terras de Avis, a leitura da Carta de Privilégios concedida por El-Rei aos moradores da comunidade judaica, ou o anúncio do Esposamento Sefardita e assinatura do contrato entre os familiares da Rebeca da casa de Isaque de Cohen e Levi da casa de Jacob Zaboga, em Avis, bem como a participar no Cortejo e anúncio da Bula “Ad audientia” do papa Clemente VI, dirigida ao Bispo de Badajoz, e em outras cerimónias que ocorrem setecentos anos passados sobre a Época Medieval e que pretendem familiarizar as pessoas com a memória de um imaginário coletivo, tentando recriar o enquadramento natural da época onde o passado se funde com o presente, naturalmente para projetar o futuro do Município de Avis.

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